Revista Pernambuco #11
Sinopse
DE VIVER E MORRER, SEJA OU NÃO AMANHÃ DE MANHÃ
Antônio Maria Araújo de Morais nasceu no dia 17 de março de 1921, no Recife, e faleceu, no dia 15 de outubro de 1964, no Rio de Janeiro. Foram 43 anos bem vividos, até no excesso. Dos dias. Poucos escritores como ele levaram tão literalmente à prática aquela proposta explicitada em “A solidão e sua porta”, de Carlos Pena Filho: “entrar no acaso e amar o transitório”.
Cronista e boêmio, Antônio Maria exerceu o ofício de ludibriar ou lutar contra o tempo, usando como arma apenas a habilidade de tocar o tambor do coração. Até ser vencido por ele, pois, conforme o mito grego: “não se resiste ao deus atroz que os próprios filhos, pertinaz, devora”.
Antônio Maria é o tema do Dossiê deste mês, em meio aos 60 anos de morte – completados no mês passado. Ele, que foi jornalista, locutor esportivo, compositor de músicas, diretor de rádio e TV, e algum etc., fez tudo isso convergir para aquela boêmia profissional que aparece na canção "La Bohème," popularizada por Charles Aznavour. Soube exercer de modo quase profissional aquela joie – e por que não também, tristesse – de vivre. Antes e durante os tempos do auge do frevo-canção e da bossa-nova, que talvez seja um dos mais perenes resultados daquela tristeza sintetizada no Retrato do Brasil, de Paulo Prado.
Se o humor, inclusive no sentido físico, pode considerar-se elemento essencial da vida, nunca consegue distanciar-se da morte. A morte, pão cabal de todos os dias, festeja-se ou lamenta-se, segundo a cultura cristã, num dia particular, vizinho ao de Todos os Santos, neste novembro. Não há assunto mais obsessivamente abordado na literatura. Já por isto seria interessante visitar ou saber da “última morada” de muitos escritores e pensadores. É a matéria de capa.A matéria de capa não poderia ter melhor sintonia com os dois temas – dos humores e, sobretudo, da morte. Pedro Páramo é disto que trata. A nova adaptação ao cinema dessa sua obra-prima é um bom pretexto para revisitá-lo.
Características
- Edição: Novembro/2024
- ISBN: 9772527011005 000
Etiquetas: Revista Pernambuco, nobembro, 2024, Antônio Maria, cronista boêmio, compositor, 60 anos de morte, vida e morte, dossiê, frevo-canção, bossa-nova, La Bohème, Pedro Páramo, literatura, cinema