Em Vidas matáveis em Cornélio Penna, Luiz Eduardo Andrade relê autor-intérprete do Brasil
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A obra de Cornélio Penna ganha novos contornos com o lançamento de Vidas matáveis em Cornélio Penna, escrito pelo pesquisador Luiz Eduardo Andrade. Publicado pela Cepe Editora, o livro será lançado em 28 de janeiro de 2025, no Museu do Estado de Pernambuco, em Recife, às 19h. O evento contará com um bate-papo entre o autor e Fábio Lucas Barros e Silva, presidente do Conselho Editorial da Cepe e membro da Academia Pernambucana de Letras.
O livro examina os quatro romances publicados por Cornélio Penna: Fronteira (1935), Dois Romances de Nico Horta (1939), Repouso (1948) e A Menina Morta (1954). Andrade utiliza conceitos como biopolítica e estado de exceção para explorar temas como o patriarcado, a exploração de mulheres e negros, e a dinâmica de poder presente nas narrativas do autor. Segundo o pesquisador, a literatura de Penna transcende o intimismo ao qual foi tradicionalmente associada, revelando-se uma crítica contundente às estruturas sociais do Brasil colonial e pós-colonial.
Cornélio Penna é apresentado como um “autor-intérprete do Brasil”, ao lado de nomes como Machado de Assis e Lima Barreto. Andrade destaca a forma como o autor abordou os dilemas da vida privada e a perpetuação de desigualdades através do casamento e do trabalho, utilizando a figura do “homem sacro” para expor as vidas vistas como descartáveis em sua obra. Essas características colocam Penna como um modernista singular, cujo trabalho desafiava as convenções regionais e históricas de sua época.
O livro de Luiz Eduardo também enfatiza a presença da morte como elemento central nos romances de Penna. Para o autor, a morte nos textos cornelianos não se limita ao evento físico, mas simboliza transformações profundas, desestruturando núcleos de poder e expondo a fragilidade das hierarquias sociais. Essa abordagem, segundo Andrade, desafia a visão romântica do Brasil defendida por intelectuais como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda.
A biografia de Cornélio Penna, que viveu entre 1896 e 1958, é marcada por uma trajetória que passa pela pintura, gravura e literatura. Apesar de suas contribuições literárias significativas, que lhe renderam prêmios como o Carmem Dolores Barbosa, Penna permaneceu à margem do reconhecimento popular, em parte por suas narrativas densas e introspectivas. Andrade busca reposicionar o autor no cânone literário brasileiro com este estudo aprofundado.
O lançamento de Vidas matáveis em Cornélio Penna representa uma oportunidade para redescobrir a obra de um dos mais complexos autores da literatura brasileira, enquanto questiona os alicerces ideológicos e culturais do país. A publicação, com 344 páginas, está disponível por R$ 70,00 e promete atrair leitores interessados em uma análise crítica e contemporânea da produção literária brasileira.
O lançamento de Vidas matáveis em Cornélio Penna representa uma oportunidade para redescobrir a obra de um dos mais complexos autores da literatura brasileira, enquanto questiona os alicerces ideológicos e culturais do país. A publicação, com 344 páginas, está disponível por R$ 70,00 e promete atrair leitores interessados em uma análise crítica e contemporânea da produção literária brasileira.
SERVIÇO:
Lançamento do livro Vidas matáveis em Cornélio Penna, de Luiz Eduardo Andrade, com bate-papo entre o autor e Fábio Lucas Barros e Silva, presidente do Conselho Editorial da Cepe e membro da Academia Pernambucana de Letras (APL)
Quando: 28.01.2024 (terça-feira), às 19h
Onde: Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), na Avenida Rui Barbosa, 960, Graças, Recife/PE
Foto: Luiz Eduardo Andrade, autor do livro. Crédito: Leopoldo Conrado Nunes/Cepe
Fonte: Livronews, 28/01/2025
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